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Segunda-feira, 27 de Agosto de 2007
O MODO DE PRODUÇÃO BIOLÓGICO – UM DEPOIMENTO

I

Um solo produtivo não é um solo a céptico. Um solo produtivo não é um solo envenenado. Um solo produtivo não é um solo inerte.
Só um solo com vida suporta sobre si vida.

 
A micro fauna e a meso fauna do solo assim como a macro, a meso e a micro fauna sobre o solo, são decisivas para a pujança e diversidade da vida vegetal nesse solo – vida vegetal por seu lado vital para toda essa fauna.

 
Enquanto que a macro fauna que se alimenta de plantas vivas pode ser concorrente connosco no consumo dos vegetais, a micro e meso faunas, exceptuando as espécies que pela sua proliferação se tornam pragas, ao encontrarem alimento na vegetação seca ou podre, tornam-se factores preciosos para a fertilidade do solo.

 
Os decomponedores, os que reciclam os animais e vegetais mortos, e todos aqueles que fazem simbioses, são decisivos para a arquitectura das árvores que se elevam aos nossos olhos ou para o tapete vivo que calcamos aos nossos pés.

 
Não é por acaso que a mais antiga e influente associação inglesa de agricultura em modo de produção biológico se chama de “Soil Association”!

 
Um solo vivo é geralmente um solo arejado, é um solo com boa estrutura, é um solo que retém melhor a humidade e que mais dificilmente encharca, é um solo que mais facilmente garante uma temperatura regular aos organismos que nele vivem.

 
E não há solo vivo se nele quebrarmos as cadeias vitais dos seus organismos, se lhes desestruturarmos permanentemente os ecossistemas, se lhes reduzirmos em cada intervenção no solo as suas condições de vida. Muito há para estudar neste aspecto entre nós, quer entre aqueles que trabalham a terra, quer entre aqueles que se dedicam à investigação científica.

 
O processo de conversão e de desenvolvimento produtivo no modo de produção biológico não pode ou pelo menos não deve contrariar aquele acerto ecológico, aquele universo orgânico de interacções, determinantes para a conservação da vida.

Creio mesmo que a questão da conservação da vida é a questão central e que tudo o mais em geral não passa de regras circunstanciais decorrentes da rede de compromissos tecida e da denominação diferenciada no mercado mundial.

 
No nosso caso tem sido muito interessante a descoberta dessa vida tão desatendida e mesmo desprezada pelo processo produtivo dominante, e com alguns tão maus frutos, chamado de convencional. É maravilhoso ver surgir espontaneamente o agrião, a borragem, a chicória, a bonina, a salsa, o aipo, a abóbora, a acelga, o tomatinho, o espinafre, toda uma série de aromáticas e medicinais, toda uma série de árvores e arbustos lado a lado com as plantas de cultura intencional.

É maravilhoso assistir ao remoçar de velhas plantas fruteiras.

É maravilhoso reencontrar sabores de infância que me diziam meras fantasias de criança. É maravilhoso reencontrar variedades rústicas já quase desaparecidas surpreendemente produtoras e apuradas.

 
No bananal já não há “tripes”. Ou melhor, há, mas já não estragam os frutos, pois preferem a folha da erva-cidreira, plantada ou espontânea em crescente profusão! O “charuto” quase desapareceu com a remoção atempada dos pistilos. O “caroucho manhoso” deixou de constituir um problema a que não será alheia a passagem regular das galinhas nos quarteis.

 
Os citrinos com a prática continuada das “palhadas” nunca mais sofreram com afídeos, e quando as condições são especialmente favoráveis para a sua proliferação, a maior parte rapidamente fica parasitada. Temos ainda alguns problemas com a “cochonilha vírgula”, mas mesmo essa tem vindo a diminuir significativamente em número e cada vez são menores os prejuízos na produção.

 
A batata é excelente e a aplicação de tisana de cavalinha (Equisetum sp.) permite-lhe boa resistência aos fungos.

 
A alcachofra deixou praticamente de ser afectada por afídeos. Tem-se vindo a multiplicar cada vez melhor e as produções encantam-nos.
A prática das consociações vai dando resultados interessantes. É o caso da soja com a batata-doce e do cebolinho com a cenoura ou do tradicional milho, abóbora/morango e feijão.

 
As rotações adequadas vão permitindo uma gestão equilibrada das produções e os terrenos estão em cada ano que passa mais macios e fáceis de trabalhar.

 
A pastagem tem recuperado melhor a seguir a cada passagem do gado. As limpezas regulares do mentrasto e do feto que ainda persistem têm-se revelado um factor importante de enriquecimento do solo em matéria orgânica com benefícios evidentes e sob alguns aspectos surpreendentes para a exuberância do restante coberto vegetal, cada vez mais rico em diversidade (plantas benéficas como a malva nalgumas zonas mais fracas ou o funcho) e equilibrado quanto à relação de gramíneas e leguminosas, o que permite a conservação constante da cobertura do solo e a pujança das espécies mais próprias em cada diferente estação do ano.

 

É o que acontece agora no Verão com o trevo amarelo, que garante uma importante massa forrageira numa altura em que nas zonas baixas tudo o mais começa a secar, ou com as exuberantes produções de azevém azevim e de trevo branco na Primavera, em parte aproveitadas para feno-silagem.

Publicado Por prospectarperspectivar às 13:21
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