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Traição a quem?
A quem, em Plenário, aceitou votar, em alternativa, os Estatutos Regional e Nacional?
Traição a quem?
A quem, nas Escolas, se manteve expectante face à natureza das opções organizativas que tais estatutos desenham?
Sim, não só, mas também a esses!
Porque destes serão apesar de tudo só alguns preferidos: talvez para uma nova reforma dourada, uma boa mordomia ou algum trabalho de risco com remuneração acrescida.
O laço foi inteligentemente armado. A Secretaria Regional de Educação e Cultura alcançou o que pretendia. E com a preciosa e decisiva ajuda dos órgãos do Sindicato dos Professores da Região Açores: a Direcção, a Mesa e um Plenário no Coliseu! Plenário, curiosamente, que aprovou o que num outro anterior desaprovara! É mesmo para se dizer que houve quem virou bem o bico ao prego.
A continuar por este caminho não estaremos longe de vermos instaurados sindicatos assumidamente fascistas com inscrição e desconto obrigatórios para todos quantos queiram exercer profissão remunerada. É o máximo do cinismo este o de aos produtores de mais valia, àqueles a quem directamente se deve toda a riqueza produzida, ainda se lhes sacar mais algum para terem direito a ser explorados e alimentar ainda mais quem internamente faz impôr o que o especulador quer garantir. No caso presente quem lhes paga não é directamente o sindicato. Quem lhes paga é a Secretaria Regional um salário de professores. Não admira que bem a sirvam à conta dos emolumentos.
Consumar a implementação
A implementação de quê? A operacionalização de quê?
Implementação do novo “Estatuto”. Do novo “Estatuto dos Professores da Região Açores”! Do estatuto que instaura uma relação de patrão/empregado entre pares que deixam de o ser para alguns poucos de entre todos aos outros todos tratarem como “pessoal” às ordens para as ordens que for.
Operacionalização não só de uma nova relação interna, mas também de uma nova relação
externa.
De assalariados com estatuto de assalariadores, os professores tomam o lugar que lhes compete, isto é, assalariados com estatuto de assalariados, passando tão mais rápido quanto possível de prestadores dum serviço público a produtores directos de mais valias. É a inevitável e revolucionária destruição de relações pré-capitalistas onde ainda persistem… só que, o que os revolucionários agentes da administração regional intentam, com essa destruição, é instaurar a obsoleta relação burguesa entre os docentes. Obsoleta relação por todo o lado posta em causa em todas as frentes da produção e que aqui se quer revalidar face a uma, aos olhos deles, tropa ingénua e inexperiente do terreiro da luta!
Quem cá estiver verá!
Saí do Congresso
Para o qual me convidaram
(Há dois ou três anos atrás)
Com aquilo que de lá trouxe
Como o desafio maior
E de mais urgente resposta:
O porquê do colapso
Na Rússia, na China,
A explicar o ascenso
De uma nova burguesia
Subvertendo completamente
Práticas e sonhos
Em tempo próprio esmagados
No próprio ninho?
A minha resposta tenho vindo
A prospectá-la:
No que ao discurso importa
É na matemática
Que ela se encontra
Encantada
Para quem a souber desencantar!
Os príncipes,
ao invés das histórias de fadas,
São muitos. São tantos
Quantos são aqueles
Que sonham um mundo
Melhor.
Fibonacci, e especialmente Pacioli,
Que deu à preta luz
Da imprensa,
A seu tempo,
A chave que uma classe nova
Precisava
Para não soçobrar.
Operários!
Olhai o número
E sêde mais do que aqueles
Que com o número
Vos esmagam!
Vejo o que está
dentro de mim.
Mas o que está fora
é que eu vejo.
Acedo só ao que
no meu corpo se
elabora na interacção
com o que me é alheio.
Fronteiras?
A bandeira
as determina!
Que o território não é fisco
nem convenção ou arame.
Não já a fome, parece, arrasta
Massas em acção conjugada
Como outrora em hordas a tomar
Território, cereais e outros bens:
Milhares em êxodo sem força
E sem outro rei que a bandeja
Em que se entregam em massa
Às balas ou à caridade alheias!
Se não é a fome, o que é hoje
Motor activo para aqueles
Que com bombas e com balas fazem a guerra fratricida?
E onde radica a organização
De quem, aos milhares em fuga, dá alimento e atenção?
Do Milton americano no ensino.
Ao José Sócrates português.
Do Bush, do Putine, do Sarkozi.
Aos Santos de Angola.
Da Cruz Vermelha à ONU.
Tudo fala a mesma língua.
O mesmo sangue nos corpos.
Tal como a dança da abelha
Não é o caminho para a flor
Mas leva à flor a abelha,
Também a palavra e o dinheiro
Nem sendo pão nem caminho
O caminho podem indicar
E o pão dar-nos à mesa.
Qual é então o drama?
É que tal como a palavra
Pode ser a luz ou o engano
O dinheiro pode também ser
O pão ou a fome!
Porque a moeda enquanto discurso
É número.
E o número
Enquanto discurso é descontínuo.
E tal como a vida é contínua
No descontínuo de cada vida T
ambém o descontínuo do número
Não é nunca
O contínuo do fenómeno
Que o descontínuo do número expressa.
Daí o logro daqueles
Que à moeda
Só a matéria significante exaltam.
Daí o logro daqueles
Que a moeda Exacram
Sem referente e sem sentido!